Entra ano, sai ano, e já nos acostumamos a acompanhar
debates em torno das competições estaduais que movimentam o Brasil no início da
temporada. Pouco tempo de preparação para os clubes grandes, lesões, demissões,
são esses os assuntos que movem as discussões.
A competição estadual em si, não deixa de ser um atrativo
para esse começo de ano. Os clássicos, em meio a tanta rivalidade, começam a
agitar o meio esportivo para o restante da temporada, o que consequentemente
contribui para a renda dos clubes, é um retorno garantido. É uma oportunidade,
dos times das séries “A” e “B” do país começarem a pegar o ritmo de jogo,
diante de tão pouco tempo de treinamento, tendo em vista que retornam a uma
competição oficial semanas após o começo dos treinos. Outro ponto positivo dos
estaduais é o fato da oportunidade dada aos clubes pequenos, benefício
indiscutível. Dentro de campo, enfrentar os times de maior estrutura, mesmo sem
a preparação devida, é um excelente teste para os demais campeonatos que
enfrentarão no ano. Fora de campo, a renda com o público nas arquibancadas, é
algo a destacar. Por exemplo, para um time de menor expressão, receber um clube
como o Flamengo, de grande torcida em todo país, pode gerar uma renda que será
de fundamental importância para o decorrer da temporada.
Até ai, tudo muito bem. Mas como entender tantas crises
geradas em meio aos estaduais?
Primeiro é importante ressaltar que a competição
propriamente dita, mesmo deixando a desejar, não é a grande responsável por
isso. A postura de diretorias e torcidas, sim. Plantel em formação, pouco tempo
de preparação, essa é a realidade de início de temporada. Situação que
geralmente vem acompanhada com demissão de técnicos, vaias da torcida. Postura
equivocada, já que estadual NÃO É PARÂMETRO para o restante do ano. Muitas
vezes, mudanças radicais no início do ano, podem surtir efeito e gerar
resultados. Mas a sequência no trabalho, deveria ser priorizada. Muitas vezes
um bom profissional assume o comando do clube e acaba sendo responsabilizado
por erros de outros setores da equipe. Recebe um elenco “aos pedaços”, começa
seu trabalho e simplesmente não tem tempo de dar sua cara ao time, de fazer os
ajustes necessários. O treinador no
Brasil sempre sente essa pressão, é punido pela falta de resultados, e em se
tratando de futebol brasileiro, pelos erros (que são muitos) dos dirigentes dos
clubes.
E mais uma vez insisto, a competição estadual em si não é
problemática. O calendário exaustivo para os clubes maiores e, sobretudo, a postura adotada por diretoria e torcida, sim. E, se não houver uma
mudança nessa postura, continuaremos vendo no estadual um grande instaurador de
crises.
Postagem: Jair Júnior.
Postagem: Jair Júnior.
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