Na noite de ontem, chegou ao fim
a Copa Africana de Nações, competição semelhante à Copa América que temos em
nosso continente. A favorita, Costa do Marfim, caiu diante da seleção de
Zâmbia, que conquistou o título inédito, em um daqueles jogos que ficam na
memória, cheio de detalhes muito interessantes, os quais comento nesse post.
Antes mesmo do início do jogo, já
encontramos o primeiro detalhe marcante da partida. A seleção de Zâmbia buscava
o título inédito, na cidade de Libreville, no Gabão. No mesmo local, em 1993,
um trágico acidente de avião, matou os jogadores da geração zambiana. Algo que,
com certeza, deve ter sido marcante e emocionante para os jogadores envolvidos
na final, e para quem acompanhou essa história sendo escrita.
Foi um jogo daqueles típicos de
finais de campeonato. Quer algo mais clichê em finais do que o craque do time,
perdendo um pênalti?! Foi o que aconteceu. O craque e ídolo, não só da Costa do
Marfim, mas de toda África, Didier Drogba, acabou errando um pênalti no tempo normal
que, se convertido, daria a vitória e o título para sua seleção.
O placar de 0x0, no tempo normal
e na prorrogação, não traduziu o que foi mostrado em campo. As duas seleções
que chegaram com méritos à final mostraram um excelente futebol em campo,
contrariando a escrita de que jogos sem gols, geralmente são jogos fracos,
sonolentos. Nas arquibancadas, os
torcedores africanos mais uma vez deram um show à parte, alegria realmente
contagiante. Como se não bastasse a emoção proporcionada por todo o jogo, e de
uma decisão por pênaltis que, normalmente, já é cheia de tensão e nervosismo,
ainda tivemos que acompanhar nove cobranças de cada lado, para definir o
campeão. No fim, como já comentado, a seleção de Zâmbia acabou sagrando-se
campeã de forma inédita.
No final sabíamos que apenas uma
seleção levantaria a taça, sendo a grande campeã. Mas ao fim desta competição
podemos afirmar que o futebol africano, como um todo, foi vencedor. Isso porque
os jogadores africanos, sempre foram apontados como sendo de pouca técnica, ou
pouco disciplinados taticamente (o que ainda se viu em alguns momentos dos
jogos). Escrita que após a CAN2012 deve cair, pois tivemos a oportunidade de
acompanhar bons jogos, bem disputados. É fato que as dificuldades sociais
vividas em muitos desses países, impedem quem o desenvolvimento também do
futebol, algumas apresentam até certo amadorismo, mas houve uma grande e
marcante evolução do futebol africano, isso não há como negar.
A competição agregou bons valores
individuais, como os do já consagrados Drogba, Yaya Toure, ou do jovem Msakni,
tunisiano revelação da competição, apontado como grande valor do futebol do
continente para os próximos anos. Grande valores também coletivos como o da
campeã Zâmbia, que durante toda a competição mostrou ser uma seleção compacta,
equilibrada dentro de campo, mostrou o melhor futebol, fato que veio a
surpreender a todos, e foi coroado com o título merecido, mesmo diante da
badalada e favorita seleção Marfinense, que mesmo com nomes consagrados no
futebol mundial, não chegou a encantar, foi muito pragmática.
De lição, além do futebol
apresentado, fica ainda a alegria e a emoção com que os jogadores defendem suas
seleções, honrando a nação que defendem. Para alguns países, de escolas
tradicionais do futebol, ainda sentimos falta desse sentimento.
Grande vitória do futebol
africano.
Postagem: Jair Júnior
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